A maioria, ou todas nós, fomos
criadas para não dependermos de homem, muitas vezes pela omissão da figura
masculina em casa ou por sua imposição. A força da mulher está associada à sua
independência, a capacidade de tomar decisões e ser dona do próprio nariz. O
poder feminino está ligado à liberdade que as acorrentam nas mesas de
escritórios, chefes e cargos. O empoderamento feminino no discurso anuncia uma
falsa liberdade de ser o que quiser, desde que você queira ser o que o mundo
moderno demanda, senão você está sucumbida no machismo patriarcal.
No século XXI a sua profissão
fala mais de você do que a sua identidade, o cargo que você ocupa determina o
quanto você deve ser ouvida, suas conquistas profissionais são o que refletem o
quão empoderada você é e as suas notáveis capacidades são resumidas ao âmbito
profissional, a falta de tempo para construir uma família, cuidar do lar,
sonhar com os filhos são negligenciados pela admirável rotina empresarial.
A independência e a
autossuficiência financeira ludibriam nosso coração, nos fazendo acreditar que
o poder vem disto, somos levadas ao abismo do ego, sucumbidas pelos nossos
próprios interesses, olhamos tanto para as nossas conquistas que esquecemos de
nós, o retorno profissional traz a sensação que somos úteis, capazes e fortes,
uma sensação tão boa que nos instiga a querermos cada vez mais.
Decidir ir contra, e de fato ser
o que quiser, não ser dominado pela ditadura feminista imposta nas entrelinhas
das conversas, dos olhares e muitas vezes de forma clara é um ato de coragem
que precisa ser reafirmado todos os dias dentro e fora de casa, dentro e fora
de você. Somos a incrível geração que ama a ponto de ter orgulho em se submeter
ao chefe e que odeia a ideia de submissão ao marido. O ponto do texto não está
em apedrejar o trabalho, mas em colocar cada um em seu devido lugar, te fazer
entender que prioridades devem ser priorizadas e não invertidas. O trabalho te
dignifica, mas não te constrói, a sua base precisa estar alicerçada em fontes
que produzem vida, não nas que te consomem. Não há pecado no trabalho, ele foi
criado pelo Senhor como forma de trazer sustento, mas ele é pecaminoso quando
passa a ser sua fonte de identidade, realização e felicidade.
Inevitavelmente iremos depender
de pessoas, seja do seu chefe ou do seu marido. Somos seres dependentes
emocional, financeira e psicologicamente, a independência anunciada apenas muda
o foco da dependência, ao invés de dependermos do marido passamos a depender do
chefe, da empresa e do resultado profissional, o fato é que quando depositamos
quem somos naquilo que fazemos nos tornamos vulneráveis às instabilidades da
vida, no entanto quando dependemos do Criador para descobrir quem somos e como
fonte de felicidade, entendemos que há mais valor nas conquistas eternas e mais
poder em ser Filha do que em qualquer outro lugar.
O empoderamento está em se
apropriar das suas características únicas, sem querer ocupar nenhum lugar que
Deus não esteja simplesmente para provar que é capaz, é fazer tudo que vem a
sua mão da melhor forma como meio de glorificar ao Senhor, é descobrir no
Criador o seu chamado e não abrir mão dele simplesmente porque a sociedade
espera que você faça outra coisa, é estar tão certa de quem você é no Senhor
que pode fazer qualquer coisa sem se perder, mas que escolhe fazer exatamente
aquilo que você foi criada para fazer. Sim, Deus se alegra e usa o trabalho
profissional de suas filhas – assim como de seus filhos
– para expansão do Reino e como provisão, afinal Ele te
capacita e te oferece saúde para isto, mas acima de tudo Deus te oferece uma
família que precisa ser edificada pela sua vida, uma casa que precisa muito
mais que alguém para arrumar e limpar, mas para adornar com o aroma suave do
Pai.
Você pode ocupar cargos em
grandes empresas, mas jamais negligencie o seu chamado como mulher para
transformar sua casa em um lar, não terceirize a apresentação de Jesus para as
tias da escola bíblica, também não resuma seus encontros com o seu marido a
jantares com celular. Você é uma influenciadora, foi criada para gerenciar a
vida das pessoas mais importantes do seu mundo, que você faça isso de baixo da
graça e do temor do Senhor. Que você não se perca nos manjares do mundo e que
você desfrute do banquete que há em adornar sua casa com oração, conselhos sábios
e amor.
Larissa F. Couto