Muitas vezes questionei se meus ouvidos
de fato ouviram Deus, não sentir, mas escutar a sua voz ecoando sobre cada área
da minha vida de forma clara. Nos posicionamos como casal para ouvirmos o
direcionamento do Pai e Ele falou, na primeira vez duvidamos se de fato tinha
vindo dEle, na segunda começamos a ouvir com mais clareza, teve a terceira, a
quarta, a quinta e na sexta Ele gritou, ou na verdade, nos silenciados tanto a
ponto de não ter dúvida de que aquela voz não vinha de ninguém a não ser o
nosso Pai.
Existe um poder sobrenatural no posicionamento,
por mais que a gente ouça muito isso, viver por este poder nos permite
desbravarmos um universo celestial, perfeitamente louco e profundamente
libertador.
Descobri que sempre há águas mais
profundas e que é na profundidade que somos incendiados, que o oxigênio do cristão
vem da apneia do mundo. Estar submerso na sua vontade não nos isenta dos dias
difíceis, da rejeição, das acusações e da dor, mas que em todas elas existe a
soberania de um Pai que ama a ponto de gerar crescimento e fortalecimento
eterno em cada dia sombrio.
Tenho aprendido a respeitar a
escuridão, entendido que é através dela que meu coração é revelado e por meio
dela que sou lapidada. Em meio aos desertos da minha alma o maná não para de
vir, Ele continua me visitando todos os dias, a Sua graça continua sendo o meu
sustento.
Viver o ministério é leve, mas nunca é
fácil, inevitavelmente ainda me deparo com o velho homem, os velhos sonhos e
com a necessidade de romper com o passado, com as projeções de futuro feitas
por mim e não por Ele. Sou levada a invadir o universo da certeza no invisível,
da paz que contraria as circunstâncias, da sabedoria que é vestida de loucura e
ser suficientemente forte para lutar contra a maré de um mundo caído que
insiste em habitar em mim. O meu chamado antecede quem eu sou e o que sou hoje
é por meio dEle.
Quando as tempestades parecem desabar o
meu mundo, Ele vem como um sussurro suave aquietando o meu coração antes das
tempestades, porque, na verdade, não importa o que acontece fora, mas dentro,
Ele vem evidenciar que a mesma mão que permite, é a que aquieta e sustenta. É na
escuridão que a luz é notória, é no caos que Sua voz ecoa trazendo ordem, é sob
o vale de ossos secos que vidas e sonhos são reanimados pelo Seu fôlego.
No exercício da fé somos forjados, a provisão
existe, ela sempre existiu e existirá, ainda que temporariamente não seja visível,
ela existe, assim como o amor e o cuidado. Eu tenho descoberto que o poder de
ser Filha vem quando o ministério não é parte de mim, mas sou eu por inteira,
sem férias, sem descanso. A solitude e a reclusão não me anulam do papel de Filha,
porque é quem eu sou, as tribulações e dores não minimizam o poder que há na
minha identidade porque o sangue me testifica e capacita a passar por cada uma
delas sendo vitoriosa. A vitória de ser Filha não vem de uma vida seguramente estável,
livre dos dias sombrios, porque eles certamente virão, mas de um coração que
tem um lugar inabalável para repousar, certo de que nada pode me separar do
amor de Deus.
Não sei o dia de amanhã, mas eu sei que
Ele sabe e por isso independente do que vier pela frente eu decidi viver por
Ele, decidi aprender com Jesus a respirar e transpirar as boas novas de uma
vida que se satisfaz em cumpri um proposito que vai além de mim mesma, que
reaprendeu a ouvir as notícias sabendo que seja o que vier ela sempre será benção
e que sabe que as mãos que me amparam são as mesmas que sustentam o mundo.
Larissa F. Couto.
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