terça-feira, 22 de maio de 2018

Relacionamentos Saudáveis.



Em meio aos nossos pecados e as incansáveis tentativas em minimizar nosso falho coração, somos constrangidos por relacionamentos íntimos. A intimidade não significa sexo, mas em desnudar a alma, destrancar o coração e permitir que alguém tão falho quanto nós acesse áreas particulares da nossa história, dos sentimentos e emoções.

Descobri que nem todo mundo está preparado para conhecer o meu coração, nem todo mundo precisa conhecer o seu coração. Nele existem chaves que abrem portas profundas da nossa alma, acessos que devem ser restritos às fontes de cura, libertação e refrigério.

Nosso terrível coração precisa ser pastoreado e não alimentado. Não se trata em ter razão ou não razão de sentir o que sentimos, mas em não alimentar sentimentos que tem raízes de morte. Precisamos de pessoas usadas pelo Espírito Santo para ouvirem a nossa dor, chorarem conosco, mas não regarem essas raízes de morte. Seremos ofendidos, sofreremos injustiça, teremos os piores sentimentos, e em meio às aflições existenciais precisaremos desabafar com quem não irá abafar a voz do Senhor.

Em meio ao caos da vida precisamos ser lembrados que Ele é especialista em colocar ordem ao caos com apenas uma palavra, assim como acalma as tempestades e trabalha enquanto esperamos pelo Seu agir. Quando as nuvens impedirem o Sol de brilhar, precisamos ser lembrados que Ele não deixou de existir, quando a noite chegar e junto dela as incertezas, o medo e o cansaço da jornada, precisamos ser lembrados de que não devemos desistir, mas descansar no colo do Pai enquanto Ele nos carrega.

Precisamos estar cercados de pessoas que nos lembrem de quem Deus é e quem nós somos diante dEle. Recebemos informações diárias que minam nossa identidade, contaminam nossas vontades e interferem indiretamente em nossas prioridades, diante de uma sociedade caída e um coração enganoso precisamos peneirar nossas conexões para que nada interfira na voz do Eterno, ao mesmo tempo que relacionamentos são capazes de nos edificar também podem arruinar as verdades já estabelecidas.

Nosso compromisso é ouvir, gerir e viver a verdade que transcende o físico, o visível, o natural, perpassa o tempo e alinha o nosso coração ao ritmo do céu. Precisamos de amizades que tenham o propósito de nos encorajar a vivermos essa realidade ainda que as situações não sejam favoráveis, que reanimem o nosso coração com o oxigênio da verdade e sejam a boca, as mãos, ouvidos e olhos do Pai aqui na terra para nos lembrar que além do Consolador, através da Cruz novos filhos foram gerados e o sangue que corre em você também é bombeado pelo coração de Jesus em muitos outros que vivem lutas diárias, mas se disponibilizam a dividirem o fardo, a sustentar em oração e ser suporte.

A intimidade gerada pelos relacionamentos tira a maquiagem do coração, somos expostos com nossas imperfeições e pelas imperfeições do outro. Em geral os pecados no relacionamento passam a incomodar quando as falhas do outro atrapalham ou evidenciam as suas, é por isso que Deus ama relacionamentos, através deles, com nossas almas desnudadas, nossos pecados aparentes, há possibilidade de confronto e cura. É por meio das diferenças que manifestamos o coração de Jesus, exercemos graça, misericórdia, ministramos paz e somos agentes de transformação.

Existe poder sobrenatural em relacionamentos intencionais, você foi chamada para construir algo Eterno, estabelecer amizades que edifiquem, a edificação real só é possível quando a Eternidade se torna o alicerce e as vigas.  O processo de santificação é catalisado por relacionamentos, por isso em meio as suas falhas lembre-se que Deus é o elo perfeito capaz de sustentar as imperfeições presentes nos relacionamentos.

Amizades não são descartáveis, pessoas não são negociáveis, invista tempo, oração e guarde o seu coração na certeza que Deus levantará pessoas para dividirem as cargas com você, não se desespere para abrir seu coração a qualquer um, reserve algumas chaves para as pessoas que Deus te mostrará como suas intercessoras.

Larissa F. Couto

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