Quem você é? Constantemente faço
essa pergunta para mim mesma, dificilmente tenho uma resposta certa e igual em
todas elas. Agora eu te pergunto, quando você não é esposa, não é a
profissional, quando não é mãe, filha, irmã, quando você não é aquilo que faz
na igreja, o que sobra?
Tenho descoberto que mais
importante do que as folhas são as raízes. No decorrer do ano/vida as folhas
nem sempre estiveram/estão verdes, fixadas ao galho e gerando frutos. A vida é
feita de estações e quando o inverno chegar, são as raízes que te firmarão em
meio aos ventos fortes e temporais, porém raramente nos preocupamos de fato com
elas.
A manutenção de quem nós somos é
mais profunda do que está exposto. Existe algo mais importante por trás daquilo
que você faz e do lugar que você ocupa, existe algo mais profundo que precisa
ser resgatado e redefinido. Sua IDENTIDADE. Sem todos os adicionais que “ser alguém”
traz. VOCÊ. Sem corresponder ao que esperam, sem cumprir obrigações,
necessidades, sem expectativas.
Muitas vezes o contexto não te permite
ser você mesma, fazer o que realmente gosta, não fazer o que incomoda. Talvez,
em meio a tantas demandas, você nem saiba quem é quando não está exercendo
alguma de suas funções (mãe, esposa, filha, profissional). A necessidade de
fazer o que precisa ser feito, muitas vezes rouba a essência do propósito, o “realizar”
sem estar alinhado com o desejo de trazer glória e graça através da SUA vida,
de quem VOCÊ É de fato, te impedem de ouvir dEle quais as perspectivas que Ele
tem a seu respeito em cada área da sua vida.
A rotina, o pecado, as dores, frustrações,
as expectativas em lugares errados roubam a nossa personalidade original. Somos
essencialmente filhos, peregrinos e noivas, mas temos permitido que
circunstancias distorçam a nossa visão de nós mesmos pela valorização de tudo
que não produz verdade.
A nossa capacidade em criar ídolos deturpa a essência da nossa
identidade em Cristo, através de discursos que inflam o ego através de
palavras que engrandecem o poder feminino independente de Cristo ou a
facilidade de não tratarmos com responsabilidade e empenho as coisas “secundárias”
por sermos peregrinos neste mundo.
Não saber quem realmente você é
ou se enxergar de forma equivocada impede que você seja por inteiro, distorce a
forma de olhar o outro e à Deus. Os seus erros e pecados não definem sua
identidade, as suas decepções, alegrias e conquistas também não. A sua
identidade é redefinida pelo sangue de Jesus que torna nova todas as coisas,
restabelece através de uma nova ótica a forma de viver, de se entregar e se
aceitar. Sem narcisismo, sem alimentar o “eu” ou desmerece-lo. Cristo é o único
capaz de coloca-la exatamente onde você deve estar, te trazer a essência de ser
filha, regenerada. A entrega e a intimidade com Deus levam à uma revelação de
quem você é. A medida que você caminha em direção à Ele, a sua identidade é restituída,
reafirmada e se torna evidente.
Somente nEle você vai descobrir
quem realmente é. Livre dos estereótipos, dos cargos, das marcas. Você foi
criada de forma maravilhosa para cumprir um proposito único, os olhos dEle te
enxergaram antes mesmo de você existir, Ele conhece as palavras ainda não ditas
pela sua boca e ainda assim Ele insiste em te usar, em te amar.
Há algo de extraordinário em ser você,
simplesmente por ter sido gerada no coração de Deus. O criador e sustentador do
universo, também segura o teu coração. A voz que criou o mundo, sussurra todos
os dias o quão amada você é, não para alimentar um amor centralizado em você,
mas nEle, porque Ele é exatamente isto que Ele é, amor.
O caminho para retornar a origem da sua personalidade está em Cristo, é nEle que o processo acontece. É através dEle que os sentimentos e desejos legítimos são filtrados. A descoberta da identidade é uma longa jornada, nem sempre fácil, um pouco dolorida, mas libertadora e de cura. Ouse se descobrir no Senhor, ouse ser inteira! Minha oração é para que em meio à uma realidade de incertezas possamos nos tornar cada vez mais certas de quem somos nEle, em meio à superficialidade e as demandas da vida possamos ser inegociáveis com as verdades que definem quem somos e porque somos. Que sejamos filhas que sabem o seu valor e por isso se colocam de forma efetiva no meio onde vivem.
Larissa F. Couto
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