“A dor precisa ser sentida”, mas não
alimentada. Existem momentos que machucam, pessoas que nos ferem, perdas que
parecem irreparáveis; em meio a tudo isso a nossa alma geme de dor e parece que
apenas nós a ouvimos.
Não é pecado sentir a dor, viver
o luto (seja ele qual for). Grandes heróis da bíblia tiveram dias nebulosos, a
alma deles experimentou a escuridão do desespero, do aparente vazio e abandono
e em meio aos abismos de suas existências se depararam com a fonte de vida e
cura.
Os desertos da alma não são sinônimos
de um coração distante do Senhor, muitas vezes as cavernas são necessárias,
silenciar o coração do mundo e buscar ouvir a voz do Eterno expõe e cura
feridas profundas, talvez encobertas pela rotina ou pela “necessidade” de
atender as expectativas.
Os vales não são lugares de habitação,
mas de passagem, eles fazem parte da jornada, são componentes de um processo
maior que está
sendo gerado em nós por intermédio dEle. Os vales sombrios não são sinal
de abandono, mas de proteção em meio ao inevitável caos de uma sociedade
corrompida. Existe uma unção sobre aqueles que escolhem enxergar vida onde
aparentemente existe morte. Viver o sobrenatural de Deus é para aqueles que tem
coragem de olhar com olhos da fé além do que as circunstancias indicam,
caminhar com os pés em direção ao Alto, independente das curvas perigosas e dos
precipícios.
Entender que todas – são todas
mesmo - as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28)
permite passar pelos desertos da alma com a certeza que Ele está no controle. O
bem produzido em nós vem de um coração perseverante em meio as tormentas. A fé e
a perseverança possibilitam permanecer com o coração na certeza que o caráter do
Senhor é esculpido em nós através das perdas e frustrações.
Ter o coração submerso na
Eternidade faz com que as dores e perdas deste mundo sejam apenas respingos de
algo passageiro que produz frutos eternos. A forma como você se posiciona em
meio aos processos são determinantes para sua maturidade. A fé te faz
permanecer de pé em meio as torrentes de frustrações, afinal não são as dores
limitadoras da alegria e paz, Ele é. Cristo é a fonte inesgotável de misericórdia,
que jorra incansavelmente a cada manhã sobre a sua vida (Lm. 3:22-23).
Não se alimente das dores por
maiores que elas sejam, saiba que existe o colo de um Pai Amoroso disponível a você,
disposto a te trazer consolo. Também não fuja dos desertos, os encare pela
força que há nEle, saiba que Ele é o maior interessado em te ver aprovado no
final deste processo. Ele não te abandonou. Pare de tentar por você mesma, recorra
a Ele, só Ele consegue carregar o seu peso.
Larissa F. Couto
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